VOLÚVEL
Foi numa tarde tão linda de sol
Que a encontrei com outro alguém!
Estava tão linda, eu sem ninguém,
Parecia a natureza em seu arrebol!
Ela fingiu não me ver e no vaivém
Escapou tirando-me do seu rol.
Eu feliz que achava ter um bem
Sentia-me um peixe fora do anzol.
Lembrei dos seus beijos tão ardentes,
Das suas juras secretas e envolventes,
Da sua boca doce cheirando hortelã!
Pensei e concluí minha tese tristemente:
Aquele sujeito jovial, robusto e sorridente
Terá o mesmo fim que eu tive, amanhã.