Soneto dos Muros !
Passa e passa a vida errante ,
O cisne calmo vaga no lago manso.
Nada importa ao olhar viajante.
Vou indo, indo, não me canso.
A onda, roda, enrola num soluço
Beija, abraça, murmura afagos.
Indiferente vou seguindo, nada ouço,
Nos meus solitários passos largos.
O sol tenta derrubar todos os muros.
A alma inerte percebe, não reclama, nota ,
Esqueceram de mim sozinha no mundo.
Sem saudade da saudade ,
Vou ao fundo do mais fundo, abandono tudo ,
Sem asas, o soneto da liberdade.
30/08/07
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