Soneto dos Muros !

Passa e passa a vida errante ,

O cisne calmo vaga no lago manso.

Nada importa ao olhar viajante.

Vou indo, indo, não me canso.

A onda, roda, enrola num soluço

Beija, abraça, murmura afagos.

Indiferente vou seguindo, nada ouço,

Nos meus solitários passos largos.

O sol tenta derrubar todos os muros.

A alma inerte percebe, não reclama, nota ,

Esqueceram de mim sozinha no mundo.

Sem saudade da saudade ,

Vou ao fundo do mais fundo, abandono tudo ,

Sem asas, o soneto da liberdade.

30/08/07

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Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 30/08/2007
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