Pérolas no lixo
Estavas solitário em teu suplício
No interstício da vida pro além
Naquela calçada, muitos vão e vem
E ninguém pra abrandar seu maleficio
O amor da humanidade é fictício
O homem sem as posses, não é ninguém
Há uma corte a esbanjar desdém
E a língua pra enganar quando é propício
Melhor é o solitário ao duvidoso
Do que o abraço falso, venenoso
A caridade feita por capricho
O esterco ainda fede em meio as rosas
Não dê valor as almas mentirosas
Como quem busca pérolas no lixo