ETERNO
As carinhosas brisas a passeio
Roçam a pele inerte desse rosto
Que já foi destes olhos o recreio,
Tão belos traços hoje descomposto.
Na lágrima que cai a dor sem freio
Duma afeição profunda e do desgosto
Sentidos nessa hora sem rodeio
Ante essa morbidez a contragosto.
Silêncio tomou conta, agora é tarde!
As janelas dos olhos já fecharam,
Mas as portas do céu estão abertas.
Porém sublime amor neste peito arde
E viverei com ele eternamente,
Jamais cansar-me-ei por tanto amar-te.
* Grato, belíssima interação:
SONETO DO SUBLIME AMOR
Nada mais belo e nada mais profundo
Do que ter um amor sublime e eterno
É a força da riqueza que há no mundo
É a fonte de calor de tanto inverno.
E mesmo ante a fatal separação
Exímio amor assim não acabará
É vento, é sol, é pó, desolação...
É tudo que na estrada volverá.
Sempre juntos no limiar de um portal
Na terra, lá no céu ou no umbral
Estilhaços de um eterno amor fatal.
Inteiro inda que esteja em pedaços
Conquanto separados nestes laços
É amor pra além do tempo e do espaço.
(Maria Madalena de Jesus Gomes)