ARREMEDOS...

Espalha-se o sangue porque pulsa,

O que era desejo, agora espulsa,

De onde não pode sonhar por medo,

Entregando-se à imagem distorcida.

Ledo engano que ainda não refuta,

Criatura que na minha mente é fruta,

Ou mistura insalubre de velho levedo,

Decantado por tola esperança aquecida.

Se não fossem as lembranças turvas,

Ou as margens destas pautas e curvas,

Que transformo em cantil aos dedos.

Seria eu a desfaçatez, aridez e dunas,

A morrer em rés de grãos sem Laguna,

Na miragem, na ilusão e nos arremedos.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 07/04/2018
Código do texto: T6302568
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