ARREMEDOS...
Espalha-se o sangue porque pulsa,
O que era desejo, agora espulsa,
De onde não pode sonhar por medo,
Entregando-se à imagem distorcida.
Ledo engano que ainda não refuta,
Criatura que na minha mente é fruta,
Ou mistura insalubre de velho levedo,
Decantado por tola esperança aquecida.
Se não fossem as lembranças turvas,
Ou as margens destas pautas e curvas,
Que transformo em cantil aos dedos.
Seria eu a desfaçatez, aridez e dunas,
A morrer em rés de grãos sem Laguna,
Na miragem, na ilusão e nos arremedos.