SADISMO
Devoradora de sorrisos brame,
à minha espreita, abominável fera
e, atenta a tudo, paciente, espera
que os sonhos mortos, afinal, derrame.
A flecha dessa falsidade infame
o coração rasgou, abriu cratera
e ele, por isso, nem lembrar tolera
porque tem medo que a ilusão me chame.
Nos pesadelos mira seu sadismo
o predador enquanto se diverte
ao me encontrar diante deste abismo.
As forças perco, o carcará se agita,
de sangue sente o cheiro e tombo, inerte,
sobre os destroços da cruel desdita.