Soneto da partilha
 
Meu coração é urbano,
Mas, minh’alma é rural.
Vivo no cotidiano,
Uma divisão sem igual.
 
Essa vil dicotomia,
Que me rasga e partilha,
É quem gera a poesia,
Uma é mãe, a outra, é filha.
 
Com um pé na avenida,
E o outro na montanha,
Subo escada e desço morro,
 
E já perto da partida,
Nesta angústia tamanha,
Às vezes, peço socorro!