Flor do deserto
 
Esse egoísta brota de entre as pedras
Desconsidera aridez e temperatura
O sereno das noites lhe amaina a secura
Com gotas espaças que às folhas rega
 
Sob o inclemente sol das distâncias
E o vento indiferente do silêncio
sob humores das intempéries do tempo
solta um botão, mesmo sem esperança
 
No azul a cor da flor tem relevância
Seu odor ao amor, teor e etéreo templo
Exala ao relento uma tênue confiança
 
Induz dos jardins onde há bonança
Que de lá sairá algo a contento
Ou de alguma que guarde semelhança