A S T R O L Á B I O

Outra vez encoraja-me o lápis e o papel

pensamentos divagam, perdem-se na intensidade

de muitos requintes mas na mesma saudade

como se anjos ditassem palavras do céu

Procuro entender a vida como um mar aberto

que sofre intempéries e nos causa perplexidade

é o Sol, a Lua, a névoa num instante encoberto

o amuo que invade mesmo sem oportunidade

Navegar é preciso é preciso navegar

o tempo é um astrolábio com sua imperfeição

mas o que resta ao poeta senão em suas rimas divagar

quem se perde como onda no mar

e sente-se como a água batendo no rochedo

sabe o que é saber nadar e ainda assim na praia se afogar