Desengano
"Esta desilusão que me acabrunha/É mais traidora do que o foi Pilatos!.../Por causa disto, eu vivo pelos matos,/ Magro, roendo a substância córnea da unha." (Augusto dos Anjos)
Desengano
Uma reles alma ignota e feia
E uma caveira estúrdia de mortalha
São minhas unas amigas de igualha
Nessa vida em que estou de mágoa cheia
Nos vemos sempre à meia noite e meia
Às sextas-feiras treze na muralha
Onde quieto o coveiro só trabalha
No pluralismo imundo que o rodeia
Perdi a parca fé no bicho humano
O que faz aumentar essa agonia
O horror por minha raça a cada dia
Que mal há de fazer quem já morreu
Tristes seres putrescíveis como eu
Vagando à triste luz do desengano?
(Edna Frigato)
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Interação do Poeta Sócrates Di Lima
Jaz um sonho no ataúde da saudade que retalha
em fragmentos de um amor em sombras
Nele grita a esperança com ecos de mortalha
na funestra lágrima que dos olhos sobra.
(Sócrates Di Lima)
Obrigada, Poeta Sócrates por essa bonita interação