ENCHENTES...

(Vendo as reportagens sobre as chuvas em São Paulo)

São águas assassinas, enxurradas

Desabam na borrasca, céu cinzento

De boca suja, vento em xingamento

Levando casas, vidas... Desalmadas!

À sangue frio, águas... Emboscadas

Pegando de surpresa pensamentos

Abrindo peles, chagas sentimentos...

Nas águas de Noé ressuscitadas...

Ó cego homem de visões estreitas!

Em seu orgulho, bem com mal enfeitas

Deitando culpa aos dons da natureza...

A chuva rega solo, não cimento

O vento poliniza o movimento

Que põe os frutos da colheita à mesa...

Autor: André Luiz Pinheiro

29/03/2018