OUTRA NOITE
A noite trás consigo pro meu leito
um vulto que nas horas se balança,
espreita, mal cheirando, tumefeito...
O medo, fatalmente vem, me alcança
na noite, tempo lento rarefeito,
simultâneo a vagar em semelhança
com o final, me fere o putrefeito
músculo de pulsar desesperança.
Espero a morte do meu corpo entregue,
ela não vem, mais outra noite incluso
na vida que não sei como prossegue.
Entre trevas seguindo vou recluso,
movimenta-se a sombra que me segue.
No silêncio, um fantasma, reproduzo.