A VIDA SEM LUZ

No coração do homem anda um vazio

E nos prazeres preenche-lo tenta

Volta-se para si e contempla um rio

Que corre com água fétida e nojenta

Cercado de amigos ri e solitário chora

Porque o vazio continua testificando

E uma voz lhe fala que não está na hora

E, protelando, vai seu tempo passando

Quando já cansado e do tempo marcado

O vazio inda está e, então, quer concertar

E a mesma voz, que é tarde, vem lhe falar

E ao chegar seu fim fica estupefato

E já não há mais tempo para voltar

A morte o leva para no seu reino morar.