Paola
Quando chega dezembro, ainda lembro
Do verão, da paixão e da infância.
O tempo não bastou, nem a distância
Tiraram a tua face dos meus membros.
Quando chega dezembro, bem relembro
De toda a luz, do sol, de toda a ânsia,
Do descanso suave nos teus ombros;
À margem centenária da abundância...
Mas quando o verão vem sem tua face,
É como um inferno tosco, uma gaiola
Que diz: na falta dela a dor abrace.
Pois visto que é em dezembro que tu nasce.
E como nasces? Virgem? nasces tola?
Antes, surges guerreira, nasces Paola.