LUTA DIÁRIA
Esta brisa a roçar-me a tez,
Neste dia vago de sombrio inverno,
A dizer-me com esse olhar terno,
De supetão, isto é, de uma só vez...
Sem nem se preocupar com quem o fez,
Somente em relatar em seu caderno,
Que cada um tem o seu labor eterno,
E cada qual, sem qualquer talvez,
Cedo ou tarde, por isto, responde.
Aqui ou noutro lugar que se esconde,
O motivo dessa labuta diária.
E Deus concede a cada ser humano,
O prazer de lutar ano após ano,
Fugindo assim da condição precária.