LUTA DIÁRIA

Esta brisa a roçar-me a tez,

Neste dia vago de sombrio inverno,

A dizer-me com esse olhar terno,

De supetão, isto é, de uma só vez...

Sem nem se preocupar com quem o fez,

Somente em relatar em seu caderno,

Que cada um tem o seu labor eterno,

E cada qual, sem qualquer talvez,

Cedo ou tarde, por isto, responde.

Aqui ou noutro lugar que se esconde,

O motivo dessa labuta diária.

E Deus concede a cada ser humano,

O prazer de lutar ano após ano,

Fugindo assim da condição precária.

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 25/03/2018
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