Palavras

Se a mim tomas serei a tua palavra.

Salsa ardente a catequizar os campos.

A Prometida que o arado lavra.

Um corpo em dor alimentando tantos.

Não as trarei no som desarrumado,

Bobagens que me vejo ao rir sozinha.

E no verso de um homem mal amado,

O respeito de uma dor que é só minha.

Deixo a marca profunda d'um arqueiro

E firo nos olhos de um zombeteiro

A guiar-me, uma força à minha mão.

E como alguém de mim as aprisiono

E ferida de ti as abandono

As letras que perderam a razão.

Canoas,19 de agosto/2007 - RS

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 29/08/2007
Reeditado em 05/08/2009
Código do texto: T628984
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