Palavras
Se a mim tomas serei a tua palavra.
Salsa ardente a catequizar os campos.
A Prometida que o arado lavra.
Um corpo em dor alimentando tantos.
Não as trarei no som desarrumado,
Bobagens que me vejo ao rir sozinha.
E no verso de um homem mal amado,
O respeito de uma dor que é só minha.
Deixo a marca profunda d'um arqueiro
E firo nos olhos de um zombeteiro
A guiar-me, uma força à minha mão.
E como alguém de mim as aprisiono
E ferida de ti as abandono
As letras que perderam a razão.
Canoas,19 de agosto/2007 - RS