Como um cadáver
A ilusão que habita a matéria
Entorpecendo a massa em falsa graça
Pondo a esperança em meio a fumaça
Tal rei que se gloria da miséria
Em minha vocação para a desgraça
Oferto a minha carcaça as bactérias
Almejo o romper de minhas artérias
E pendurar de vez a minha carcaça
Viver em vão, a margem da má sorte
Ter sonhos no intervalo para a morte
O tolo valoriza a sua ilusão
Mas eu sabendo que estou morrendo
Vivo como se já estivesse apodrecendo
Tal um cadáver há sete palmos do chão