REJEITO
Conheço já o inferno, a cova escura,
meu féretro feito de terra e barro,
a cova aberta, já nela me esbarro,
o mundo funesto inteiro à minha procura.
Os cirios num invólucro, amenta apura,
Entregando-me à terra num escarro,
minh'alma que D'us a julgue, um esparro,
lançai-me logo nesta sepultura.
Corroido já meus ossos, lua minguante,
secado pelos bichos do homem,
não importa bem ou mal que tenha feito.
Mas todo rito do último instante,
Tornou-se mil tormentos que consomem,
qual os bichos que consomem o rejeito.