SONETO DO HOJE
Reflito próximo ao rio da minha sina
Percurso que ainda penso longe do fim
Marco os dias de compromisso em meio à rotina
Pois na prática não sei o que fazer de mim...
Coloco as mesmas camisetas e organizo o armário
Faço menos do que posso e mais do que gostaria
Abro e fecho portas enquanto não consto no obituário
Ando devagar e resignado como numa romaria
Pratico a escrita e divago sobre direções
Embora em essência exercite somente a prostração
Confundo às vezes atos com ações
Sou hoje uma companhia silenciosa nas paragens mínimas
Que habito em franca e dedicada auto-comiseração
E aguardo plácido por mudanças... ainda que ínfimas