NENHUMA LINHA
Vontades prisioneiras volta e meia
Afloram neste ser por não ter sido
Ousado quando outrora a lua cheia
Inspirava a um versar desinibido.
Ouvia o belo canto da sereia
Melhor seria não tivesse ouvido,
Mas hoje na viola que ponteia
As notas cantam o sentir contido.
Sonhava ser poeta... Qual o quê!
Coragem era coisa que não tinha,
Vergonha, que contada ninguém crê.
Lembrança vai e vem qual andorinha
E o pensamento voa até você,
Pena, não escrevi nenhuma linha!
* Grato, belíssimas interações:
QUISERA ESTAR EM TUAS LINHAS
Eu que tanto esperei por uma linha
Que ansiei que tivesses a ousadia
De dizer: _ Quero que tu sejas minha!
Sob a lua ou ao sol do meio dia.
Quisera ouvir suas notas na viola
Fundir teu pensamento com o meu
Fugir desta tristeza que me assola
Dizer-te que em mim um canto é teu.
Teu sonho se tornou realidade
Pois além de Poeta és preferido
Que me enleva ao céu ao cair da tarde.
Com verso que por ti foi preterido
Em razão da vergonha que invade.
Ainda te espero vate querido.
(Maria Madalena de Jesus Gomes)
RONDEL PRA LUA
A lua sempre inspira os poetas,
quando passeia nua pelos céus,
não há por que fazer-se de discreta,
quer sempre encantar o menestrel.
Se cobre, às vezes, com um tênue véu,
sua beleza plena está completa.
A lua sempre inspira os poetas,
quando passeia nua pelos céus.
Não creio que ela busque escarcéu,
talvez seja um pouco desinquieta.
Depressa lhe componho este Rondel,
porque cultivo o belo, sou esteta.
A lua sempre inspira os poetas.
(HLuna)