A ORAÇÃO DE VIRGULINO

Certo dia na roça trabalhando

Virgulino começou a fraquejar

O sol a pino parecia que ia torrar

E perguntou: Esta chuva virá quando?

Estou trabalhando para o vento,

Estou perecendo, assim aguento não!

Ó Deus dá-me Teu Alento!

E tem dó deste pedaço de chão!

Ouve da rola o gemido

Do pobre gado magro o mugido

Abre, te peço, Teu Santo Ouvido!

Não me deixes trabalhar em vão

Abre-me a Tua Potente Mão!

E tem dó do meu pobre sertão!