Quando a chuva para logo vem um vento fino
Entristece a Alma e a meninada perde o tino
Não sai para brincar na água da enxurrada
Nos meus tempos brincávamos na chuvarada!

Nós fazíamos muitos barquinhos de papel
E, na corredeira enfileirávamos à granel,
Nós soltávamos os barquinhos, sem destino,
Em cada barco iam os sonhos pequeninos!

Ao longo da corredeira, na farta enxurrada.
Nem nos preocupávamos com a chuvarada
Hoje me resta ouvir a chuva de madrugada!

Agora sei, pensando neles o valor de cada um
Pois, não são barcos de ouro os nossos ideais
São de papel, voando livres nas noites enluaradas!


Interação do nobre  poeta Jacó Filho, a qual muito me  emocionou:

"O TEMPO LEVOU"
Revirei lembranças perdido no passado,
Ébrio com as chuvas e cheiros de terra...
Brinquei em enxurrada, vinda da serra,
Ouvindo aves e comendo milho assado...

Escutei minha mãe chamando pro café;
Um caçula aos berros querendo o peito...
Vi pai semeado roças, e fiz do seu jeito
Milharal apendoado, duas espigas no pé...

Pescaria no açude foi programa natural;
Ia pé pra escola, pois queria ser doutor;
Brinquei de gente grande e até de amor...

Comia Tapioca quente, e leite no curral;
Lembrei estórias que o Salomão contou;
Revi minha vida, que o Tempo já Levou..
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Maria Augusta da Silva Caliari
Enviado por Maria Augusta da Silva Caliari em 19/03/2018
Reeditado em 19/03/2018
Código do texto: T6284340
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