O dia...
No vai-e-vem da onda, por que ela
A velejar, se só o mar é o dono
Desse estar e do que me abandono
À alma dos rochedos na janela.
Vai o dia como um corpo diferente
Sombreando o espírito do horizonte
Como eu chego nele como ponte
A levar-lhe para um outro continente?
As gaivotas nas espumas em redemoinhos.
Abandonam-se aos sonhos nesses ninhos
Para as noites que lhes venham a buscar.
E os afagos do mar com a ventania
De mim fogem como foge o sol do dia
Da janela que está a se fechar.
14.08.2007