O dia...

No vai-e-vem da onda, por que ela

A velejar, se só o mar é o dono

Desse estar e do que me abandono

À alma dos rochedos na janela.

Vai o dia como um corpo diferente

Sombreando o espírito do horizonte

Como eu chego nele como ponte

A levar-lhe para um outro continente?

As gaivotas nas espumas em redemoinhos.

Abandonam-se aos sonhos nesses ninhos

Para as noites que lhes venham a buscar.

E os afagos do mar com a ventania

De mim fogem como foge o sol do dia

Da janela que está a se fechar.

14.08.2007

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 28/08/2007
Código do texto: T628280
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.