Encenação

Através da palavra unicamente

O que vejo no tempo, de bandeja

A gerar no poema essa beleza

É entreaberta janela ao que desprende

O silêncio analisa a natureza

Toca breve o segredo que a desvende

Cordial no fazer-se confidente

E disperso nas letras como seja

Solidão sem disfarce nem remendo

Que entrará pelo espelho da memória

Envolvente ternura do acalento

Quando sinto esse enredo que me olha

Qual teatro a espreitar o seu elenco

Lá no fundo, ambiento a minha hora

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 17/03/2018
Reeditado em 17/03/2018
Código do texto: T6282408
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