PESO DA ALMA

Quando, afogada em remorso, a alma pesa,

feito âncora a fundear meu corpo

no mar raso em que é contravento a reza,

que me invade como um anticorpo.

Ambição, timoneira de uma vida,

capitã em inúmeras batalhas!

Hábil, impõe manobras decididas,

e meus erros reluzem qual medalha.

Plateia solitária de mim mesmo.

Exulto em cena aberta. Aplauso a esmo!

A tudo, tudo o mais será desculpa.

Rogando a si, os poderes de um druida,

castelos de minh’alma ocupa, fluida.

Déspota incontível, impera a culpa!

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 17/03/2018
Reeditado em 09/10/2019
Código do texto: T6282362
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