PESO DA ALMA
Quando, afogada em remorso, a alma pesa,
feito âncora a fundear meu corpo
no mar raso em que é contravento a reza,
que me invade como um anticorpo.
Ambição, timoneira de uma vida,
capitã em inúmeras batalhas!
Hábil, impõe manobras decididas,
e meus erros reluzem qual medalha.
Plateia solitária de mim mesmo.
Exulto em cena aberta. Aplauso a esmo!
A tudo, tudo o mais será desculpa.
Rogando a si, os poderes de um druida,
castelos de minh’alma ocupa, fluida.
Déspota incontível, impera a culpa!