OZYMANDIAS II

O uivante vento, após anos esquecida,

A colossal estátua vencida e rota revela,

Imersa na areia, a régia face abatida,

Contempla a desolação caída sobre ela

Mutilada, estática e só, fita, imóveis, também

Partes de pernas e corpo tombados ao largo

Diferente de quando fora feita por alguém

Agora, retrata da glória o gosto amargo

Na enorme base ainda se lê: Ozymandias

O nome do rei dos reis, olhai e vos assombreis

Com o que faço, pois já declinam os vossos dias

O que fiz ninguém fez, é fabuloso e perene

E todos, até vós, oh povos do futuro, sabereis

Refletindo em seus olhos como sinal solene.

Quinho Barreto
Enviado por Quinho Barreto em 16/03/2018
Código do texto: T6281481
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.