Soneto D' outono
Soneto D’ Outono
Em minha infância, a estação das frutas, era outono.
Na minha infância, assim de fato, que tudo ocorria.
Nos pomares, variados frutos, colhidos, pelos colonos.
Era tempo de fartura, frutos na mesa, alegria, alegria!
Tudo era perfeito, manga, abacaxis, morangos e lichia.
Sabores, cores, frescores... Eram bem assim, meus outonos.
Hoje tudo modificado, sem sabores, fruto nosso de cada dia.
Mercantilismo, cana de açúcar, êxodo rural, terras, abandono.
Que saudade, dos meus outonos, da magia de cada estação.
Dos jardins floridos, d' folhas caídas, do bailar das borboletas.
Relembrar... Faz-me ver, sentir, as batidas... d'quele coração.
Meus outonos sucumbiram-se, sopra o vento a cada estação.
O pomar de outrora, perdera o viço, murchara rosa e violetas.
O tempo engoliu, não digeriu... Na face, gotas de emoção.
Adilson Tinoco
14/03/18