Divagando

Não serei poeta dalgum mundo caduco,
tampouco versarei sobre beleza e luz;
um escravo da realidade, sou eunuco,
essa azulada cor do mar não me seduz.

Lembremos que o universo é mui grande,
porém, um vate com particular visão,
traz o futuro para o presente e o expande,
de modo que o transcendental é ilusão.

Então não serei cantor de árias mortas,
nada contribuirei para qualquer história,
entretanto, versejarei por linhas tortas.

Mas, em tudo que farei não haverá glória,
pois o que o poeta escreve, sequer importa,
sua obra, a posteriori, é apenas escória.
Jair Lopes
Enviado por Jair Lopes em 13/03/2018
Código do texto: T6279083
Classificação de conteúdo: seguro