BROTO
Não há dia em que tu não há;
Apanho cravos para enfeitar tua
cabeça; quem sabe ouça os de tua rua
Burburinho ao teus ouvidos, és mar.
Tu não vê quantas luas adoto,
Quando em meu íntimo tu demoras
Carrego todos os astros; aflora
Sem chuva, em rochas, em choro.
Sondo tua face; faço dela esquadro
para minha, por ti, embevecida,
para que me seja doce esse fardo.
E enquanto for herdeiros os amores
Suspirarei por versos algum sabor
Por eles meu amor segue sem penhores.
Jack Sousa