BROTO

Não há dia em que tu não há;

Apanho cravos para enfeitar tua

cabeça; quem sabe ouça os de tua rua

Burburinho ao teus ouvidos, és mar.

Tu não vê quantas luas adoto,

Quando em meu íntimo tu demoras

Carrego todos os astros; aflora

Sem chuva, em rochas, em choro.

Sondo tua face; faço dela esquadro

para minha, por ti, embevecida,

para que me seja doce esse fardo.

E enquanto for herdeiros os amores

Suspirarei por versos algum sabor

Por eles meu amor segue sem penhores.

Jack Sousa

Pela fresta
Enviado por Pela fresta em 11/03/2018
Código do texto: T6276909
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