Cada amor saiba de Si
Mãos entre mãos que não se atritam,
Ou beijos já emudecidos;
Olhos por que outros nem se agitam?
Eis que um d'outro restam sabido.
Pois é mister saber de si, e fim.
A tal que é defeso, de fato,
Perquirir-se - salvo por ato:
“Quanto de mim é ela afim?”
Assim, para a catarse o medo,
Ao impostor tola moral,
Ao desvelar algum segredo.
Daí, pois, que se há de ter receio
De que, ao assomar nova esquina,
Tome-lhe o amor o cão alheio.