O QUE RESTA DA MINHA TIA-MÃE? (*)

A pobreza que nos cobre

Nos ensina a ver o certo.

É na senda pelo cobre

Onde reto vira 'esperto'.

Agressão má, vil, sacana,

Duma gente que mantinha,

Fere de dor tal velhinha,

Mostra covardia insana.

A viúva banca o lar.

Vive enferma, vê-se inválida,

Sofre sem poder falar.

Tempo mostra ação maligna:

Antes bela, nunca esquálida,

Só lhe resta a morte digna.

Salvador, 18/01/2014.

(*) In: BENSABATH, P. (Org.). Coletânea elos literários 7. Porto Alegre: Alternativa, 2018. p. 350-353. (v. 7)

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 10/03/2018
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