O Rio


E quando do rio as águas passadas,
deixam um vazio de fonte que chora,
será como acordar então não ver nada;
será como ter tempo sem ter hora.

Porque rios que vão dar ao oceano
são como olhos chorosos de amor,
que lembram o recente desengano,
e que dão azo ao virtuoso rimador.

Contudo vejo as águas do rio correndo,
só então permito meus olhos secar,
para apreciar os poentes morrendo.

Todos os rios vão para algum lugar,
a ribeira chora e volta então cantar,
porque sei que um dia vai me amar
.


Interação magnífica de Edbar:

Seja afluente, além de só fluente
e siga as águas que em versos descreve
Diria o aventureiro que se preze
para o poeta mais condescendente

Por que não se perder seguindo o curso
Assim seguir pra o mar dos inocentes
Pras aventuras deixar-se indolente
levar a alma a lavar-se nos fluxos

Olhar à margem em lágrimas cadentes
Ver só correr o rio, conter o impulso
já é doar-se um pouco às correntes

As profundezas gerarão nascentes
As incertezas cederão sem susto
a cada verso que o poeta avente.


Interação de José Aprígio da Silva:
*** O RIO NADA (Décima) ABBAACCDDC ***

Todo rio chora e se aflora.
Vai e volta no mar se perde.
Nas águas anis, fica verde.
A sua volta não tem hora.
Corre, corre pela aurora. 
Nada no seu ritmo nada.
No mar ama a sua amada.
A sua linda e doce sereia.
Que um dia sobre a areia.
Passearam de mãos dadas. 
Jair Lopes
Enviado por Jair Lopes em 10/03/2018
Reeditado em 15/03/2018
Código do texto: T6275830
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