DESERTOS

Há desertos em mim de tempo e nada,

rios extintos, ossos retorcidos,

certezas semi-mortas, a parada

de viagens, amores não vividos.

São instâncias ermas, a morada

de meus sonhos, cadáveres perdidos,

que na miragem de ilusões formada,

quase posso tocá-los revividos,

de repente sorrir risos sinceros,

dizer que a vida é bela simplesmente,

colorir verde sábados austeros.

Mas sou desertos à morte iminente,

na desolação própria aos que sabem,

quantos vazios em uma alma cabem.

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 09/03/2018
Reeditado em 25/03/2019
Código do texto: T6275513
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