APENAS UM OLHAR...
Outra vez, nossos olhares, na rua...
No meu havia paz. No seu, sem fulgor,
Um indefinível e secreto desejo de falar,
talvez pedir perdão, demonstrado pelo rubor...
Mas estou bem. Sobrevivi! À imagem sua,
Percebi, não me comove mais seu olhar,
O coração não acelera, mantém a calma
e prossigo sem estremecer por frio na alma!
... E pensar que tempos atrás, as pernas
Bambeavam, se recusando seguir, travadas
E eu ficava muda, esperando seu sorrir...
Hoje, já não troco de ruas ou calçadas,
Me dou o direito de ir e vir.
Aprendi... Nem as dores são eternas!