INSONE

Deixaste nos lençóis a leve olência

da qual nas madrugadas me embriago

saudoso de sentir o teu afago,

a tua sedutora efervescência.

Tentando aliviar minha carência,

do coração conter todo esse estrago,

navego em devaneios e naufrago,

alimentando mais a penitência.

Não sei onde encontrar a paz perdida...

O que será de mim se está tingida

de cinza nossa mágica redoma?

Difícil é dormir aqui sozinho

sabendo que tu foste em nosso ninho,

querida, não somente algum aroma.