Marcas da fera
 
Com incessante sede a vontade emerge
e o poeta se atreve, ousa em demasia:
tudo é garimpado em prol da poesia
às vezes vai fundo e nem se apercebe
 
Dos pedaços que larga de si mesmo nela
e que replicam ocasionalmente noutras,
mas ficam dispersas com exceção de poucas
que os egos pleiteiam direitos por elas
 
Na verdade todos soltam suas feras:
umas mais contidas pelas suas roupas,
deixam sutilmente suas marcas nelas
 
Inspiração é mago oculto em sua cela
a intuir dosagens nas porções mais loucas
que surgem na hora com o que se revela