COISAS DA IDADE
O tempo corre a passos apressados
Como a fugir de mim feito um louco
E, enquanto ele se esvai, no meu sufoco,
Eu tento não sentir seus resultados...
Mas há sempre o que me dói um pouco
Nesses meus ossos já tão arquejados,
E tento esconder meus desagrados,
Fazendo dos cabelos um reboco...
E assim escondo esses tempos idos
Como se isso me fosse possível,
Até usando trajes descabidos...
Mas sempre há um garoto desprezível
A me chamar de “tio” e uns comovidos
Tornando-me um assento disponível.