O SERTANEJO

No sertão a terra anda a lamentar:

O chão rachado da seca ardente,

O sertanejo da chuva está dependente

E o vento o pó vermelho a levantar.

Gente humilde e sem vintém,

Que amor a sua terra tem,

Arraigada ao pedacinho de chão;

Confessando, ao peito põe a mão:

Seu moço nós só precisa d’água

Pra modu tirá toda as mágoa

E pudê prantá um poco de fejão.

Nós tamém é brasilero de coração,

Mais u homi qui guverna num oia

Num vê que só u choru nosso torrão moia!