Desperdício
 
A parte clara no escuro do quarto
Dá as ideias do que fará medo
Esta é a parte que assusta mais cedo
À luz o fato e só à mente o ato
 
O pano de fundo do palco da crença
Contrasta alheio à cena criada
Carrega a culpa ao ver-se estampada
Com as fantasias que a cabeça pensa
 
Ópera-bufa em escrita pesada
Ao personagem saltitante adensa
Nega o burlesco e o sério por nada
 
Enquanto a vida passa em disparada
A conta desse desperdício aumenta
Deixando os nacos do bem pela estrada