O CLÃ

A boca que engana de ilusões é povoada,

As suas palavras são suaves como vinhos

E toda vida que a ouve fica deslumbrada

E com olhos cegos segue seus caminhos.

Eu vi tolos que iam e outros que vinham

E alguns prostrados à beira da estrada.

Eu vi bastardos mentindo que bocas tinham

E outro, parecendo ser sábio, de boca calada.

Mas como me comove a despedida!

De tanto riso meus olhos umedecem,

Quem dera fosse hoje, deles, a partida.

Do meu ouvir ando no limite extremo!

Como seres perfeitos todos se parecem,

Mas são como áspides cheios de veneno.