O VELÓRIO
Neste interregno onde o tempo não existe,
Entre viagens ida e vinda à Capela,
Talvez ainda queime a chama de uma vela
Tremulando sob um vento frio e triste.
Na sala, um cheiro de flores adormecidas.
Nas cadeiras só as pessoas mais chegadas,
Por uns e outros estão sendo conformadas.
Um branco lenço enxuga as lágrimas sentidas.
Os abraços, palavras de conformação,
Frases feitas ditas com e sem emoção,
Lamentando a perda do ente querido.
São inúteis as homenagens que se presta.
Ali, daquele por quem choram nada resta,
Que por tal venha a se sentir agradecido.
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Aos que nada sabem a respeito de Capela, recomendo a leitura de Narrações do Infinito, de Camille Flammarion.