O vento
(Este soneto foi inspirado em soneto de Florbela Espanca.)
Passa rindo e torna a passar, o vento,
tal como que das pessoas zombando;
pra melhor observa-las passa lento,
e nada lhe importa estejam chorando.
Seu zumbido é como voz tristonha,
mas, no fundo, está apenas a troçar;
do ser humano de vida bisonha,
que não sabe que viver é se doar.
Vai-te prá longe vento, não és amigo,
então ris, porque não sabes chorar;
engula essa dor, deixa-a só contigo.
Enquanto finges que esse teu calvário
é uma pesada cruz pra carregar;
porque sei que és apenas otário.
Passa rindo e torna a passar, o vento,
tal como que das pessoas zombando;
pra melhor observa-las passa lento,
e nada lhe importa estejam chorando.
Seu zumbido é como voz tristonha,
mas, no fundo, está apenas a troçar;
do ser humano de vida bisonha,
que não sabe que viver é se doar.
Vai-te prá longe vento, não és amigo,
então ris, porque não sabes chorar;
engula essa dor, deixa-a só contigo.
Enquanto finges que esse teu calvário
é uma pesada cruz pra carregar;
porque sei que és apenas otário.