CABEÇA DE CUIA - UMA LENDA

Crispim, pobre garoto, ribeirinho

Cansado da pobreza em que vivia,

Tomar sopa de ossos não mais queria,

Jogou em sua mãe - “santo diabinho”

Triste fatalidade em seu caminho

O estrago que um dos ossos causaria -

Matou a mãe - Crispim enlouquecia

A maldição traçou seu descaminho

Por ódio e por medo atira-se ao rio,

No “Parnaíba”, todo o seu penar...

U’a triste lenda com final sombrio:

“Cabeça grande, com forma de cuia

Sete Marias, virgens a tragar”!

- E a liberdade "foi para a cucuia"!

PS - (Esta é uma lenda de minha terra. Para melhor)

compreensão do poema, sugiro leitura do texto

abaixo.)

CABEÇA DE CUIA

A lenda do Cabeça de Cuia trata-se da história de

Crispim, um jovem garoto que morava nas margens

do rio Parnaíba e de família muito pobre. Conta a

lenda que certo dia, chegando para almoço, sua

mãe lhe serviu, como de costume, uma sopa rala,

com ossos, já que faltava carne na sua casa

frequentemente. Nesse dia ele se revoltou, e no

meio da discussão com sua mãe, atirou o osso

contra ela, atingindo-a na cabeça e matando-a.

Antes de morrer sua mãe lhe amaldiçoou a ficar

vagando no rio e com a cabeça enorme no

formato de uma cuia, que vagaria dia e noite e

só se libertaria da maldição após devorar sete

virgens, de nome Maria. Com a maldição, Crispim

enlouquecera, numa mistura de medo e ódio, e

correu ao rio Parnaíba, onde se afogou.

Seu corpo nunca foi encontrado e, até hoje, as

pessoas mais antigas proíbem suas filhas virgens

de nome Maria de lavarem roupa ou se banharem

nas épocas de cheia do rio. Alguns moradores da

região afirmam que o Cabeça de Cuia, além de

procurar as virgens, assassina os banhistas do rio

e tenta virar embarcações que passam pelo rio.

Outros também asseguram que Crispim ou, o

Cabeça de Cuia, procura as mulheres por achar

que elas, na verdade, são sua mãe, que veio ao rio

Parnaíba para lhe perdoar. Mas, ao se aproximar,

e se deparar com outra mulher, ele se irrita

novamente e acaba por matar as mulheres. O

Cabeça de Cuia, até hoje, não conseguiu devorar

nem uma virgem de nome Maria.

Aila Brito
Enviado por Aila Brito em 03/03/2018
Reeditado em 28/12/2022
Código do texto: T6269875
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