Inumana Máquina
(Interação ao soneto CONCUBINAS, do poeta
Heliojsilva)
Tudo que é mau, feio e impuro,
Que carregado de tabus e segredo,
Causa ojeriza, nojo ou medo,
Quase sempre floresce no escuro.
É neste clima de reprovação
Que vive e labora a prostituta,
Onde cria, promove e executa
Os encargos de sua profissão.
Para muitos desconhece o amor.
Inumana máquina de prazer,
Imune aos sentimentos e à dor.
Mas bem no fundo de seus corações,
Se encontram todas as emoções
Que dos outros vivem a esconder.