Soneto do amor doloroso

À mancebia triste que nós temos,

Perdoo-te, por ciúme desgraçado;

Eu quase findo um coração amado...

Ando a sofrê-lo mais quando sofremos.

Em paixão verdadeira que queremos

Sem acabar... Vens me abraçar no lado,

Até que me evisceras sem cuidado,

Só estaremos magoados que trememos.

Eu que roo a paixão em quem sempre erras,

Antes de violentá-la quem me enterras,

Já uns bichos comerão as minhas peles.

Mesmo me flamejando em germe ao lodo,

O amor nunca é magoado e morto, é todo...

Que me ames, ressuscites e o reveles.

Lucas Munhoz (28/02/2018)

Lucasmunhoz
Enviado por Lucasmunhoz em 28/02/2018
Reeditado em 28/02/2018
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