Soneto 87/07

Mirando dos teus mansos olhos o infinito,

das estrelas pude ver o ígneo resplendor;

o olhar de outras tanto fujo e evito

quanto não deixo de sentir o teu fulgor.

Dentro de um profundo azul de noite agito

minhalma e peço que me entregues tua cor;

de que argêntea luz tu vens, que me permito

ver nos teus cabelos negros, da neve o resplendor?

Oh, divina criatura de beleza rara!

Deusa etérea dos páramos celestes!

És a luz em forma de mulher

És, para mim, das jóias a mais cara

debruada no marfim que ora vestes;

Mostra-me , formosa, que teu seio inda me quer!

Chaplin
Enviado por Chaplin em 27/08/2007
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