ISSO É O QUE TE RESTA, VIL CRIATURA

Os mortos dançam agora sobre minha cabeça

Entre a vida e a morte, inviolável é o tempo

O globo girando faz com que eu não esqueça

Que agitados todos perdem seu momento

Não restando nada para o homem além disto

A morte, então promessa certa, não basta

Para fazê-lo despertar do que lhe é tão quisto

Valoriza mais a pedra rara que a mão que a engasta

Preso mais ao seu querer do que a quem lhe importa

Tão certo para o mais sábio dos homens é o que digo

Faz concessões com o amor, mas ódio nele transborda

Atropela-se matando o precioso amor

Tornando tão banal tudo aquilo que é sagrado

Baixa criatura que igualada aos deuses ignora seu valor

Anderson Roberto do Rosário
Enviado por Anderson Roberto do Rosário em 27/02/2018
Reeditado em 27/02/2018
Código do texto: T6265592
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