ISSO É O QUE TE RESTA, VIL CRIATURA
Os mortos dançam agora sobre minha cabeça
Entre a vida e a morte, inviolável é o tempo
O globo girando faz com que eu não esqueça
Que agitados todos perdem seu momento
Não restando nada para o homem além disto
A morte, então promessa certa, não basta
Para fazê-lo despertar do que lhe é tão quisto
Valoriza mais a pedra rara que a mão que a engasta
Preso mais ao seu querer do que a quem lhe importa
Tão certo para o mais sábio dos homens é o que digo
Faz concessões com o amor, mas ódio nele transborda
Atropela-se matando o precioso amor
Tornando tão banal tudo aquilo que é sagrado
Baixa criatura que igualada aos deuses ignora seu valor