A VERA
Não me maldigo, apenas falo a vera
Em sonetos que lês caro leitor;
Sinto muito, mas não sou fingidor,
Para fingir que sou feliz! Quem dera
Se assim o fosse! Talvez n’outra hera,
N’outra vida com menos amargor;
Com menos preconceito e mais amor,
Mais realidade e menos quimera!
Mas, não fingir como esses que fingem...
As cores da vida, eles mesmos tingem
E acham que estão enganando dessa forma.
E lá no cerne, bem no fundo, no âmago,
É qual se fosse um murro no estômago
Que a feição deles logo transforma!