A VERA

Não me maldigo, apenas falo a vera

Em sonetos que lês caro leitor;

Sinto muito, mas não sou fingidor,

Para fingir que sou feliz! Quem dera

Se assim o fosse! Talvez n’outra hera,

N’outra vida com menos amargor;

Com menos preconceito e mais amor,

Mais realidade e menos quimera!

Mas, não fingir como esses que fingem...

As cores da vida, eles mesmos tingem

E acham que estão enganando dessa forma.

E lá no cerne, bem no fundo, no âmago,

É qual se fosse um murro no estômago

Que a feição deles logo transforma!

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 25/02/2018
Reeditado em 02/03/2018
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