INEVITÁVEL
A demência chegou por linhas tortas
Trouxe-me um buquê de rosas amarelas
Fez uma coroa de flores quase mortas
Soprou a última cortina de velas.
Invadiu o leito d'alma combalida
Repousou no peito em convalescença
Roubou o último suspiro dessa vida
Plantou na razão a indiferença.
Neste martírio de tanta tortura
Exausto com o peso do calvário
Entreguei-me à dor da própria sorte.
Nesta última visita; a loucura...
Aprisionou-me ao frio sepulcrário
Bafejado pelo anjo da morte.