DA VARANDA

Da varanda pasmei num olhar:

O sabiá na laranjeira a cantar,

A tarde suavemente a se encurvar

E o sol aos meus olhos a ofuscar.

O mato crescido a brisa reverencia

As flores silvestres salpicavam o chão

E vi a mais sublime e pura poesia

Que fez aflorar profunda emoção.

Depois o céu da noite se vestiu

E a voz marcante do grilo: cri... cri.

E quem, pois, ao grilo ouviu?

Eu da varanda tudo isto assisti,

Numa casa em minha imaginação,

D’um sítio poético no meu coração.